Então só vou deixar uma observação a respeito da capa do livro. Existe uma infinidade de ilustrações deste livro essa que aparece para vocês é apenas uma delas.
“O homem que não lê bons livros não leva vantagem alguma sobre o homem que não sabe ler” Mark Twain
Depois de um mês de folga, volto para falar de um bom livro para ler. Dessa vez a escolha é Iaiá Garcia de Machado de Assis. Grande autor da literatura brasileira, Machado tem muito de suas obras adaptadas para a tv; inclusive este livro já virou novela uma vez. Também por ser estudado nas escolas, é visto muitas vezes como autor difícil (exceto talvez pelos contos...).
Mas não é bem assim. Suas obras são literatura pura tanto nas histórias que conta, como no modo de narrá-las, tecendo toda a trama de forma envolvente e às vezes sarcástica, fazendo críticas à sociedade da época e apresentando personagens fortes, intrigantes, que nos fazem refletir sobre as atitudes humanas. É o que acontece em Iaiá Garcia onde os personagens não são nem vilões nem mocinhos, e nos permite avaliar o que são capazes de fazer para atingirem os seus objetivos. Eles são dúbios, complexos e o leitor pode ficar na dúvida sobre a própria preferência em relação aos personagens. Essa dubiedade inclusive é uma tendência que tem aparecido nas histórias atuais.
Na história por causa de padrões da época, Estela considera inadequado seu interesse por Jorge e faz de tudo para se manter afastada dele, inclusive arrumando um marido: Luis, pai de Lina (Iaiá). A própria mãe de Jorge corrobora com essa ideia de mantê-los afastados quando o envia para guerra do Paraguai. No entanto, quando Jorge volta da guerra anos depois, e ignorando o antigo romance de Estela e Jorge, Lina se interessa por ele e decide conquista-lo, através de diversas armações. Aos poucos, Lina também vai percebendo que existe algo indefinível entre Estela e Jorge, o que pode provocar uma tensão entre ela e a madrasta. E Lina fica instigando. Na trama encontramos também o complexo sentimento de Estela pelo marido Luís.
Toda a intriga é sentida não só na história mas na forma de escrever. Uma forma que o autor utiliza é descrever pensamentos e reações dos inanimados como se fossem humanos, dando a impressão que os inanimados refletem o pensamento e reação dos personagens humanos.
Escrita na fase do Romantismo (o autor é considerado pertencente à fase literária denominada Realismo), Iaiá Garcia apresenta características desta fase e os elementos próprios dos livros de Machado de Assis.
Para quem estranha os textos de Machado de Assis pode começar a se familiarizar através de Iaiá Garcia e seguir para as suas outras obras clássicas...
Então é isso minha gente linda, espero muito que vocês tenham gostado. E nunca esquecendo de pedir, curtam, compartilhem e participem.
Bjs e até o próximo meus lindos!!! ;*